Kraut. Kraut. Kraut. Esta é a palavra que frequentemente
popula as criticas músicais nos dias que correm. De Toy a Savages, de Beaches a
não sei mais quem. Hoje, qualquer ritmo mas “motórico” é, portanto, kraut;
assim como qualquer estética mais etérea é psicadélica; assim como qualquer
dissonância-distorção é noise.
Mas o que é afinal isso do kraut, figura da história da
música popular quando a Alemanha dava 5-0 ao Resto do Mundo? Ritmo, velocidade?
A velocidade alemã da Autobhan, quando a Europa parecia, aos olhos dos seus, um
continente sem fim, ligada por uma só estrada. Pós-guerra, abundância; estrada,
máquina, comforto. O ritmo das máquinas, motores, futurista na sua essência;
Klaus Dinger, ritmo motorik; (Q)(K)Cluster, Harmonia, Kraftwerk.
A velociade americana, que tem dominado o mundo nos últimos
60 e poucos anos, não é tão precisa; é centrifuga, rodopiante. Shake, rattle,
roll and twist; Chuck Berry, Jerry Lee Lewis. Hedonista em essência, é o corpo,
expressão, sexo.
A imensidão de dois continentes a duas velocidades
distintas; duas visões do pós-guerra.
A rever.
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